segunda-feira, 25 de julho de 2011

Imensidão sem fim

As vezes me vejo sentada numa caixa preta no meio de um deserto árido. Os cotovelos apoiados nos joelhos, o queixo apoiado nas mãos. Atrás de mim, milhas e mais milhas de areia, brilhante por conta do sol, mal percorridas. A minha frente, mais milhas dessa mesma areia que ainda me falta percorrer. Mas estou sentada, e não caminhando, como deveria. Isso porque, a única coisa que eu consigo fazer é ficar ali sentada, olhando ao longe a fusão entre o céu e a areia ficar ondulada por conta do sol, esperando algo rompe-lá. Eu não sei o que vai vir, e nem se virá, mas eu espero.É isso, ou percorrer mal percorrido o resto das milhas a frente. Minha testa dói, e a vontade de me esconder dentro da caixa preta em que estou sentada só aumenta. Mas ai estaria me escondendo, e eu não quero me esconder, pois já fiquei escondida por muito tempo. Então eu continuo a esperar, pois não tenho coragem de me levantar, enquanto a caixa preta se desgasta, e eu fico cada vez mais sozinha, no meio daquela imensidão sem fim.